Nota 10 para sua (não)tireoide! 

Estou completando 1 ano e meio sem tireoide. E nesta semana tive consulta com meu endocrino do coração, Dr. Claudio.

Acho que ele estava mais ansioso para ver meus exames do que eu. E a primeira coisa que disse: “Nota 10 para sua tireoide.”

Eu olhei surpresa, lembrando que não tenho mais a tal glândula, e ele todo orgulhoso de como dosou os remédios, reafirmava “eu não te falei que ia dar certo?!”.  

E de fato ele falou, e eu nunca duvidei. Nunca estive tão bem. A combinação “ousada” para alguns médicos mais tradicionais, dos hormônios T4 + T3, nas dosagens que ele recomendou pra mim deu muito certo. Não é fácil lembrar de tomar hormônio 3 vezes ao dia, mas a boa notícia é que ele pediu para baixar a dose de T4. E isso é uma vitória pessoal! 🙂

Aos poucos sinto que muito do que perdi, está voltando pra mim. 

Mesmo passando por um momento familiar extremamente delicado e dolorido, tenho voltado a sorrir com mais frequência. Meu ânimo tem me ajudado a levantar da cama antes das 6 da manhã e ir tranquila pro trabalho, meu folego tem me deixado fazer exercícios físicos até 4 vezes na semana. 

E ahhhh… minha memória, que falhou tanto e me deixou com tanto medo, voltou com tudo. Voltou pra me lembrar onde guardei aquele papel importante. 

Mas também pra lembrar que a vida vale a pena, que ela é raríssima. Que preciso viver um dia de cada vez, que preciso ser grata por ter resolvido bem um problema de saúde, e que preciso de leveza para conseguir seguir em frente.

E é pra lá que eu estou indo…


*”Eu aceito a grande aventura de ser eu mesma.” Simone de Beauvoir

|Gratidão especial: ao amado Dr. Claudio por me incentivar a viver e minha coach Cássia que estou com saudade e que me incentivou a tirar este projeto/blog do papel.|

Pausas. Aventura. Tudo. Ou nada.

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A vida necessita de pausas.
Isso Drummond e minha mãe já me falaram muitas vezes ao longo da vida.

Então eu aproveitei um momento de plenitude e consegui voltar a escrever aqui.

É impressionante como o tempo nos ajuda e ensina a viver. Digo isso, porque sinto que precisei de tempo, dias e loooongos meses para entender tanta coisa na minha vida.

Em agosto passado completei um ano de cirurgia, de redenção e de vida nova. Minha irmã me desejou feliz nova vida naquele dia, e eu precisei de alguns dias para entender o poder daquelas palavras.

Na mesma semana, parei para tomar café em um lugar fofo perto de casa. A mocinha que me serviu me olhava de maneira diferente. Me serviu, foi super atenciosa, até porque naquela hora só tinha eu ali. Continuou a me olhar e sorria.
Quando eu pedi a conta, ela perguntou se podia fazer uma pergunta. Respondi na hora que sim.
Ela: Eu também tenho um problema na tireoide. Vc está bem agora? Eu estou com medo do tratamento.
Eu na hora contei um pouco o que tinha vivido. Acho que acalmou ela… Porque ganhei um sorriso (que parecia de alivio) no final.

Outro dia uma querida que trabalha comigo que, tem dons mais que especiais, me perguntou no café da manhã na empresa quando eu voltaria a escrever. Prometi que logo. E aqui estou novamente.

Mais que um ano passado, consigo olhar no espelho e voltar a me reconhecer. E é tão bom que mal consigo explicar.

|Gratidão especial para minha mãe, irmã, pra mocinha do café que não sei o nome e pra Lais.|

O drama invisível

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Se eu soubesse que retirar uma glândula do pescoço fosse mexer taaaanto com meu corpo, com minha cabeça e com a minha vida, eu acho que eu teria me preparado um pouquinho mais.

Mas foi tudo tão rápido que não deu tempo pra muita coisa. Apenas agir e resolver.

Questionei muito o primeiro endócrino, em um dos retornos…

“Por que o Dr. não me disse que seria assim?”

Lembro de vê-lo com um sorriso sem graça, e justificando que cada pessoa reage de um jeito e que não daria pra prever.

“Mas o Dr. poderia ter me prevenido, não?”

E ele: “Camila, evitamos listar o que cada paciente pode sentir porque as pessoas às vezes sentem o que nem tem.”

Eu entendi e respeitei. Mas tive meus momentos de rebeldia. Por que? Por que? Por que? Por que comigo teria que ser assim?

Dr. Claudio foi aquele endocrino que salvou a vida (e me deu novas esperanças) quando me mostrou slides de sua palestra sobre TIREOPAUSA, me explicando que era normal ficar mal mas que tinha solução. Lembro que pedi para ele para fotografar as telas, porque fiquei impressionada como tudo aquilo fazia sentido. A quem interessar, são eles:

  • constipação
  • cefaleia (tive dores fortes que nunca tinha tido antes)
  • ressecamento da pele (a pele ficou estranha e tive muita acne no corpo…)
  • queda de cabelos (chegou a dar medo…)
  • voz arrastada
  • voz grossa (já é rouca mesmo e falhava ainda mais…)
  • ansiedade (um brinde a Fluoxetina!)
  • pânico (tive medo de dirigir e dormir no caminho…)
  • insônia (noite horríveis dormindo mal)
  • túnel do carpo
  • obesidade (já falamos sobre este tema, né?)
  • hipotensão
  • hipotermia (sofri com isso também nas madrugadas…)
  • hiporreflexia (tinha medo de cair, andando…)
  • letargia (não tinha força pra viver)
  • incapacidade de concentração (tudo era mais difícil…)
  • depressão (lembram do penhasco? Pois bem…)
  • agitação (incontrolável…)
  • fadiga matinal (acordar cedo era uma missão quase impossível)

Hoje, tudo parece mais claro, sim! Mas se eu soubesse o tamanho do drama invisível que eu passaria, eu certamente teria pedido ajuda, começado uma terapia.

Ter começado um coaching e minhas aulas de espanhol com 2 mulheres tão sábias, já tem sido quase uma terapia pra mim. Sorte a minha. Gratidão eterna a elas.

Agora que o drama já faz parte do passado, estou cuidando de mim. Sorrindo e florindo para vida, como disse a Dra. Dani. Cuidando ainda mais do corpo, da mente. Ah! E também do coração. 🙂

|Gratidão especial e eterna ao Dr. Claudio que me fez ver uma nova vida, além da vida.|

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Encontros e Reencontros

Arte Cartazes Finalizados

Eu sempre gostei de palavras. Mais das escritas do que das faladas.

Talvez falar nunca tenha sido um problema para mim, e anos de conservatório musical e teatro na infância ajudaram muito, de fato. Mas a voz rouca, forte e imperativa muitas vezes assustava as pessoas e provocava desentendimentos. E isso me frustrava. E isso acontece (muitas vezes) até hoje.

Colocar no papel sentimentos, acontecimentos e minhas verdades é um hábito desde pequena. Meus diários anuais e enormes, sempre me acompanharam (e estão guardados até hoje!). E uma mãe professora e apaixonada pela “Inculta e Bela”, acho que me passou via DNA este amor pelas letras.

Sempre acreditei que com palavras era possível resolver quase tudo, de problemas a soluções. Sejam escritas ou faladas! Palavras!

Eu era a única da minha turma que fazia aulas extras de português e literatura porque simplesmente amava tudo aquilo. Eu era uma adolescente que simplesmente adorava fazer aqueles exercícios de interpretação de texto, sabe?

Colocar este blog no ar foi difícil por expor algo tão pessoal que, certamente escreveria em um diário só meu, mas também tem sido um ato diário de amor pelas palavras.

E tanta exposição e palavras me fizeram encontrar e reencontrar pessoas muito queridas nestes últimos tempos. Encontros nem sempre pessoais, mas aqueles encontros dos tempos modernos. *Special thanks ao Mark Zuckerberg. 🙂

Todos os dias tenho recebido mensagens (abertas e fechadas) que, pra mim, já fazem ter valido a pena me expor tanto, já fazem tudo ter sentido.

Amigas próximas ainda mais próximas. Amigas distantes se aproximando. Amigas que nem sabiam o que tinha acontecido, se desculpando pela ausência (imagine, nem precisa!). Amigos de todos os meus trabalhos do passado, agora mais perto, e me enviando carinhos diários em forma de palavras.

Do trabalho na Disney, do estágio na J&J, de tempos de agência, do mundo da perfumaria. E até do colégio, de 20 anos atrás, em Santos!

Assim como sempre fui apaixonada por palavras, sou apaixonada por gente e acredito que são as relações humanas que nos movem e movem o mundo. E fazem a vida valer cada segundo, todos os dias.

Gratidão especial: ao Ro e a Pata por me acompanharem por aqui e por me trazerem as melhores memórias de nossos tempos de trabalho na Disney, a Caro e a Joy pelo carinho e por tudo que vivemos e nos divertirmos em tempos de J&J, à Dê por ter sido minha melhor chefe e uma amiga pra vida toda (e como esquecer das flores lindas na véspera da cirurgia!) e a Ma e ao Re pela atenção e por me fazerem voltar 20 anos atrás, lá em Santos, quando ir ao colégio era o grande evento de nossas vidas. Merci! Merci! Merci!

A primeira alta a gente nunca esquece…

Fiz 4 retornos no médico da cirurgia. E nos dois últimos, a preocupação maior dele era a cicatriz que, ainda bem, tem melhorado bem.

Na última consulta, que eu não sabia que era a última, confesso que fiquei emocionada quando ele me disse no final.

“Bom, Camila. A partir de hoje, eu te dou alta e você não precisa mais voltar. Você segue com o endócrino, te acompanhando. A menos que precise de algo, pode me ligar.”

A palavra ALTA mexeu comigo. Foi uma sensação louca de liberdade! De CURA. De vida mesmo. Me senti tão leve e tão feliz!

Ainda faltava voltar ao endócrino. Fiz o ultrassom de tireoide, ou melhor, do pescoço. E mandei pro médico que me ligou e disse também que eu estava de ALTA. Agora exames de rotina só daqui 6 meses. E se estiver tudo bem, exames serão anuais.

Sensação de libertação.

Acho que depois da alta voltei a respirar aliviada. Me senti bem mais leve e pronta para viver minha nova vida.

O mais gostoso foi compartilhar as notícias com os amigos, família, coach, prof de espagnol, no trabalho. A reação de alegria e emoção de algumas pessoas encheu meu coração dos melhores sentimentos.

E sigo aqui, agradecendo! 🙂

|Gratidão especial: a minha família que vibrou com a notícia, em especial minha mãe, minha tia, minha prima e minha irmã. 💖|

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Crédito imagem: Tumblr

 

 

 

Corpo x Felicidade


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Eu sempre lidei bem com o meu corpo até mudar pra São Paulo aos 19 anos e ter morado fora do país por 3 vezes. Antes disso eu era uma garota bronzeada o ano todo, com luzes no cabelo, que morava em Santos e ia para a praia sempre. (muitos amigos de SP não acreditam… haha)

Toda viagem foi um acumular eterno de experiências incríveis, aprendizados eternos, mas também de muitos kilos. E a volta sempre regada à muitas lágrimas (porque nunca queria voltar) e uma maratona diária para perder cada kilo adquirido. Quando a gente é nova, se recupera rapidinho. Os anos passam e o duelo com a balança se potencializa.

 

Janeiro de 2014 estava ótima. Comecei emprego novo e estava numa boa fase demais. Até perceber que estava engordando pouco a pouco por mês. O ano acabou e eu já não cabia em muitas roupas. Drama! Não entendia o que estava acontecendo. E segundo alguns médicos, provavelmente minha tireoide preguiçosa já estava pouco trabalhando.

 

Hormônios para mulheres atrapalham muito o funcionamento do corpo, e no semestre passado, o foco era resolver a tireoide. Depois o corpo. Mas assim que o médico liberou, voltei para os exercícios. Forçada, mas voltei. E para sessões de drenagem também.

 

Passei por um processo de muito inchaço. Me sentia mal, pesada, incomodada. E fui obrigada a entender que meu corpo teria o tempo dele para voltar a funcionar. Porque estava parado, inerte. Não havia dieta e exercício que mudasse.

 

Enfim, 10 meses depois da cirurgia, parece que meu corpo, ainda que lentamente, começa a esboçar alguma reação. Nem todas as roupas servem, mas já tem algumas que estão mais larguinhas. E às vezes os amigos e o pessoal do trabalho vêm me elogiar. 🙂

 

Meu endocrino me receitou novos hormônios, combinação de T3 ao T4 que, segundo pesquisas, fazem o corpo funcionar melhor. Comecei a tomar e estou na 3a semana. Só a possibilidade um novo “tratamento” me animou muito! Porque andava meio sem esperanças. A ideia agora é fazer novos exames assim que completar 1 mês, para o médico ver como o corpo reagiu a esta “novidade”.

 

Também estou tentando seguir uma dieta que ele pediu de 2 meses sem glúten, lactose e açúcar para provocar o corpo a reagir também. E me sinto mais desinchada também. Não é uma dieta fácil, mas estou animada e conseguindo seguir (quase) tudo.

 

A bem da verdade é que parece mesmo que uma nova janela se abriu pra mim e para minha vida. E lá fora eu vejo um céu azul, sol e muita luz! E que assim permaneça! 🙂

 

|Gratidão especial: a Sandra e suas mãos mágicas que fazem a melhor drenagem da vida. E em especial ao carinho que ela teve e tem comigo sempre. Seja numa boa conversa, numa terapia informal e sempre com um abraço apertado no final. San, te adoro pra sempre!|

 

Crédito imagem: Pinterest

 

You are not alone!

Cancer de tireoide? So what? E daí? Quando você descobre que tem uma “doença” que ninguém da sua família teve, dá aquele pânico do desconhecido.

De fato, outros tipos desta doença levaram algumas pessoas queridas da minha família para longe de mim. Mas este tipo era novidade. Então ninguém sabia muito a respeito. Nem meu pai, médico.

Aí você descobre, pouco a pouco, que existem algumas tantas pessoas ao seu redor que já tiveram – versões ainda piores que a sua – e segue respirando. De uma diretora da sua empresa, uma amiga da sua grande amiga, a irmã da outra, a sua depiladora, sim, é uma doença mais frequente do que se imagina. Sem discriminação de cor, idade ou classe social.

E eu fui descobrindo isso aos poucos. Tentando levar tudo com um pouco de leveza (se possível) todos os dias. Não sei se consegui, mas eu tentei.

E quando vc entende que não é só com vc, dá uma sensação que não estamos só neste mundo.

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Um outro ponto de alento (neste caso financeiro) que eu gostaria de citar, é um benefício do governo para os casos de cancer maligno no país: podemos sacar 100% do FGTS na Caixa Econômica. É bem simples! Com alguns documentos, deu tudo certo.  São eles:

  1. Declaração do médico sobre a doença com o CID (melhor autenticar assinatura dele)
  2. Cópia do exame da biopsia que prova a existência da doença/tumor
  3. Carteira de trabalho com todos os registros certinhos

Em uma semana a Caixa analisa e  libera 100% do valor na sua conta, com o intuito de ajudar as pessoas que precisam pagar procedimentos ainda mais caros. Thanks God eu tenho um bom plano de saúde! 🙂

Fui e voltei 3 vezes na Caixa, porque achei o site do governo confuso, e só saquei o $ 10 meses depois da cirurgia.

Tenho poucos sonhos materiais, mas resolvi me dar um presente.

E para marcar esta nova fase, realizando mais um sonho, comprei o carro que eu sonhava há mais de 3 anos.

Me sinto uma criança feliz no momento. E isso basta! 🙂

|Gratidão especial: a Adriana da concessionária que me tratou tãaao bem, mal sabendo pq eu estava lá.|

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Crédito imagem: Pinterest

 

 

 

 

 

 

 

Exercitando a memória



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O final do ano foi um misto de “ufa, este ano acabou!” x “que bom que tem um novo ano começando.” Eu me senti meio flutuando, fora do corpo mesmo. Dezembro passou voando e logo chegou o Natal (que ainda me lembra minha avó que morro de saudade).

Sensibilidade extra.
Sono eterno.
Memória fraca.
Era o que eu sentiria com a ausência da tireoide.

A sensibilidade logo voltou pro eixo no fim do ano. Agora o sono e a memória ainda são 2 temas que convivo todos os dias. Até hoje!

O sono é um caso a parte. Mas, mais do que ele, tenho observado uma mudança grande no meu metabolismo. Eu que sempre fui da madrugada, de dormir tarde, tenho dormido cada vez mais cedo e acordando mais cedo. Uma amiga me disse que à noite, o hormônio que eu tomo de manhã já esta quase “vencendo” e por isso talvez se justifique o esgotamento no final do dia. Não sei se é isso mesmo, mas parece fazer sentido pra mim.

Sempre fui muito detalhista e virar uma pessoa esquecida e que perde as coisas também virou uma rotina na minha vida. E uma vergonha. Que eu também transformei em piada para sofrer menos.

Descer um lance de escadas e esquecer o que eu ia fazer no andar de baixo da empresa, virou rotina. E ainda tem sido muiiiito difícil lidar com tanto esquecimento.

Anoto tudo, mas chegou ao ponto que anoto siglas/abreviações e não lembro depois de jeito nenhum o que elas significam. Uma vergonha mesmo… Dou risada de mim mesma e, tenho saído com post its colados na mão para lembrar o que preciso falar/resolver com as pessoas que sentam longe de mim no trabalho.

Mas, espero honestamente um dia que, minha memória volte ao que era.
(Sempre foi tão ridiculamente boa que eu nem precisava de agenda…)

Pra quem não sabe, a tireoide é ligada à hipófise, no cérebro. Aí já explica muito, né? Eu aprendi este importante detalhe com os médicos que convivi nos últimos meses.

E compartilhar parte da minha vida aqui, é também uma forma de exercitar minha memória todos os dias.

|Gratidão especial: para 3 queridas que me acompanharam ao longo dos meses com palavras de carinho, rezas e abraços. Eunice que acompanhou uma perda violenta de cabelos (hormonal) e mesmo assim conseguiu deixar meu cabelo lindo, Rosinha que cuida das minhas unhas dramáticas há mais de 10 anos e tem uma sensibilidade incrível para entender quando eu não estava bem e Fátima que sempre tinha um carinho e um abraço apertado semanal me esperando no salão.| 🙂

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Timing da vida

imageUma das coisas que aprendi (e muito) ao longo deste processo, foi entender que tudo na vida tem seu tempo.

Parece clichê, frase pronta que a mãe repete pra gente a vida toda, mas eu que sempre duelei com o tempo, tive que aprender a entendê-lo de uma vez por todas.

E agora, mais do que nunca, agradecê-lo!

Agradeço por ter vivido tudo isso no alto dos meus 35 anos, já…

…emocionalmente mais estável, mais forte, financeiramente independente, levemente acostumada com porradas da vida, plena em relação a minha família e meus amigos, cercada de gente do bem (pq as do mal, pouco importam), mais prática, racional e serena do que nunca…

Este processo e o tempo também me ensinaram que a vida é agora e não temos nenhum tempo a perder. Não que eu vá sair dando uma de louca por aí (se bem que às vezes dá vontade), mas é preciso realizar pequenos sonhos e desejos mundanos.

Eu que sempre pensei mais no outro, e depois em mim, venho aprendendo a me priorizar um pouquinho por dia. É um exercício extremamente díficil pra mim, mas eu sigo tentando.

Hoje, olhando pra trás, consigo enxergar com lucidez que a “doença” trouxe recados importantes pra mim, que tudo aconteceu no seu tempo, e no momento que eu estava preparada para viver tudo aquilo – por mais tenso que tenha sido.

Ah! Logo depois da cirurgia, consegui negociar o valor caríssimo da cirurgia com o médico, e consegui que o convênio pagasse mais de 95%. E aí, eu resolvi me dar um presente. E passei meu fim de ano na minha cidade do coração, perto de grandes amigas-irmãs. Paris, je t’aime! 💛

|Gratidão especial: para a querida da Lu que me ajudou com tudo do convênio na empresa. Não existem palavras para agradecê-la. E também para o Douglas e Andreia, o time de RH da empresa que me falou pessoalmente exatamente o que eu precisava escutar naquela época.| 🙂

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